Acusado de "Profanação", Gamal Massoud pode ser condenado à morte
O estudante de 17 anos, Gamal Massoud, que é um cristão copta, postou
desenhos de Maomé na sua página do Facebook. Muitos de seus colegas de
escola viram isso como zombaria da imagem do venerado profeta islâmico.
Ele acabou detido sob a acusação de profanar um símbolo sagrado.
O adolescente argumenta que ele não postou as imagens, mas que alguém
usou sua conta do Facebook sem o seu conhecimento. Mesmo assim, Massoud
permanecerá sob custódia da polícia por quatro dias, e pode ter de
responder no tribunal as acusações de “desprezo pelo Islã”, que poderá,
em caso extremo, condená-lo à morte.
A prisão do estudante causou tumultos em Assuit, sul do Egito, onde
muçulmanos atacaram a casa da família Massoud e também a residência de
outros cristãos. Membros do exército foram designados para ir até a
cidade prevenir vandalismo e acaram tendo de usar bombas de gás
lacrimogêneo contra os manifestantes muçulmanos.
Este é apenas mais um capítulo em quase de um ano de perseguição
religiosa constante no Egito. Desde o início a revolta que derrubou o
presidente Mubarack, em fevereiro, o país tem testemunhado um êxodo em
massa dos cristãos. Calcula-se que 93 mil cristãos já saíram do país.
Segundo observadores internacionais, os muçulmanos radicais tem feito
ataques para ganhar influência política e ter o apoio da maioria dos
egípcios.
O confronto mais violento entres os fieis das duas religiões foi em 9
de outubro de 2011, no que ficou conhecido como “o Massacre de
Maspero”. Cristãos coptas fizeram uma marcha pacífica no Cairo, em
protesto contra a queima de uma igreja copta no sul do país, quando
oficiais militares passaram com tanques no meio da multidão, matando 27
pessoas. Mesmo com manifestações de repúdio em todo o país, apenas três
soldados foram acusados de “homicídio involuntário”.
A organização de direitos humanos Iniciativa Egípcia pelos Direitos
Pessoais afirmou em nota que “o tribunal militar ignorou os 14 cristãos
baleados, incluindo Mina Daniel. Apenas três soldados foram acusados
de homicídio culposo. Isso não demostra que houve o mínimo de
garantias de seriedade e de justiça nesse julgamento. É uma continuação
da tendência dos militares de negar qualquer responsabilidade pelo
crime”.
Traduzido e adaptado por Gospel Prime de MSN e Christian Post
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