Especialista entende que o aumento da perseguição pode acabar com as comunidades cristãs
O cristianismo pode ser erradicado de países como Afeganistão e
Iraque dentro de poucos anos, diz
Leonard Leo, presidente da Comissão
Norte-americana Pela Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), agência
governamental que defende a liberdade religiosa em todo o globo.
Os cristãos egípcios, acrescenta, possivelmente terão um destino semelhante.
Em uma entrevista recente, ele discutiu o futuro das minorias
religiosas nos países de maioria muçulmana, especialmente no Iraque,
Afeganistão, Egito e Paquistão.
“A situação é quase a mesma em toda a região do Oriente Médio”,
disse. “A fuga dos cristãos daquela região não tem precedentes e cresce a
cada ano”.
Desde que a guerra no Iraque começou, em março de 2003, as tropas dos
EUA continham o que ameaçava tornar-se uma guerra civil. Mas a situação
foi catastrófica para a comunidade cristã, pois a violência contra os
cristãos aumentou.
Isso inclui um ataque, em outubro 2010, a uma igreja em Bagdá, quando
58 fiéis foram mortos. Calcula-se que 900 mil cristãos fugiram do país
desde então, segundo aponta um estudo recente do Grupo Minority Rights
International.
O especialista em liberdade religiosa acusa o governo iraquiano de
não tomar as medidas adequadas para proteger os cristãos ou processar
aqueles que os atacaram. Ele acrescentou que as minorias religiosas
sempre foram parte importante da sociedade iraquiana e seu
desaparecimento seria um “problema sério”.
As tropas dos EUA saíram do Iraque em 15 de dezembro, e a retirada final do Afeganistão está muito próxima de acontecer.
O relatório anual da agência que trata da liberdade religiosa mostra
que no Iraque continuam ocorrendo “violações sistemáticas, contínuas e
flagrantes dessa liberdade”. Pelo menos metade da comunidade cristã
iraquiana deixou o país desde a invasão dos EUA. Em 2003, estima-se que
havia cerca de 1,2 milhão de católicos, assírios ortodoxos, armênios
(católicos e ortodoxos) além de evangélicos no Iraque.
Hoje, líderes comunitários estimam que o número de cristãos gira em torno de 500 mil.
No Afeganistão, “as condições para a liberdade religiosa continuam
problemáticas, apesar de alguns avanços nesse sentido desde a queda do
regime talibã, no final de 2001″, diz o relatório da USCIRF. A
Constituição que foi elaborado com a ajuda do governo dos Estados Unidos
ainda permite que o governo afegão negue a liberdade religiosa para as
pessoas das religiões minoritárias, incluindo o cristianismo.
No Egito, de acordo com Leo, a violência e a discriminação contra os
cristãos pode inspirar uma migração em massa da população copta daquela
nação. Isso significa que os muçulmanos radicais poderão atingir seu
objetivo.
“Com o que está acontecendo no Egito e as incertezas atuais, há muito
pouco incentivo para que um cristão permaneça na sua terra”, disse Leo.
“Não me surpreenderia em nada vermos no Egito o que ocorre em um grande
número de outros países, onde as pessoas simplesmente vão embora.”
Mesmo no governo de Mubarak, as autoridades não estavam cuidando das
minorias adequadamente. Leonard Leo teme que as novas leis no Egito
possam restringir ainda mais as igrejas, o que poderia espantar os
membros mais jovens da comunidade copta.
Outros países citados pelo relatório USCIRF, onde as comunidades
religiosas minoritárias estão enfrentando ameaças incluem o Irã, Arábia
Saudita, Turquia e Paquistão.
Traduzido e adaptado por Gospel Prime de Christian Post
02 janeiro, 2012
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