A edição de dezembro da Revista Viés fez uma matéria assinada pelo jornalista Felipe Severo analisando a força da bancada evangélica no governo atual. Em pauta, o fato de o Estado ser laico, mas a pequena bancada dos evangélicos exercer grande influência em algumas questões.
Segundo a Frente Parlamentar Evangélica, nas eleições de 2010, a bancada cresceu de 46 deputados (9% do total) para 68 deputados (13,2%). Isso significa um aumento de mais de 50% de uma eleição para a outra. No Senado, dos 81 senadores, apenas 3 se declaram evangélicos: Walter Pinheiro (PT-BA), Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivella (PR-RJ).
Embora não sejam todos do mesmo partido, se fossem reunidos em um só, seriam a terceira maior do Congresso. Ficariam atrás de PT e PMDB, e empatados com o número de parlamentares do PSDB.
A maioria dos membros são oriundos da Assembleia de Deus,
que durante a campanha mostraram sua força, juntamente com os membros
da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), gerando debates
acirrados sobre a legalização do aborto.
Segundo a matéria, os “Evangélicos preenchem buracos, suprem onde o
governo falha e daí conseguem apoio fácil, a militância LGBT, assim como
várias outras dos movimentos sociais, no geral, é submissa a um
modelo, grande parte dela está partidarizada e com prioridades nada
ligadas à causa que deveria defender”.A conclusão é que mesmo sendo minoria, os evangélicos mandam. Recentemente, a presidente Dilma assinou a Medida Provisória que faz cadastro nacional de grávidas. Logo, quem abortar terá maior possibilidade de ser punida. Esta era uma das pautas da bancada evangélica.
Uma das últimas vitórias da Frente evangélica foi o Projeto de Lei nº 1.763/2007, que prevê o pagamento de um salário mínimo durante 18 anos para mulheres vítimas de estupro, para que mantenham a gravidez e criem seus filhos.
Esse Projeto tem um aspecto bastante polêmico: psicólogos cristãos devem atender as mulheres vítimas de estupro, na tentativa de convencê-las sobre a importância da vida e de manter a gravidez. Tudo, obviamente, pago pelo Estado. Representantes de várias correntes contrárias a essa opção, e favoráveis ao aborto se manifestaram contra o projeto.
Mas nem tudo é vitória para os deputados dessa bancada. Embora tenham conseguido barrar o chamado “Kit gay”, material do Ministério da Educação que seria distribuído nas escolas defendendo o homossexualismo como opção natural.
Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a união homoafetiva estável. Em outubro, o Supremo Tribunal da Justiça (STJ) aprovou o primeiro casamento homoafetivo, abrindo precedentes para a prática seja adotada em todo o país.
Tudo que a Frente Parlamentar Evangélica conseguiu, pela atuação de seu presidente, o deputado João Campos (PSDB-GO), foi um pedido de inclusão na legislação brasileira de um dispositivo que impeça que igrejas sejam obrigadas a celebrar cerimônias de casamento entre homossexuais.
Com informações Eleições Hoje e Revista O Viéis
0 comentários:
Postar um comentário