31 março, 2012

A Igreja local e o envio de missionários


(Atos 13:1-4; 14:25-28)
Queremos abordar assuntos que farão a Igreja local sentir grande alegria e responsabilidade de participar na Obra missionária. Para que haja um despertamento missionário no seio da Igreja, iniciando em seu coração. 

O evangelista Oswald Smith, no seu livro "O clamor do mundo", compara, com muita propriedade, a Igreja e a obra missionária, ao Mar Morto e ao mar da Galiléia. O Mar Morto recebe as águas do Rio Jordão, mas não as distribui e por isso elas são estagnadas e sem vida. O mar da Galiléia recebe, mas também dá, e suas águas são frescas e cheias de vida.

A Igreja que não tem interesse por missões se assemelha ao Mar Morto, com águas paradas e sem vida. A Igreja missionária é fluente e as bênçãos do Senhor repousam sobre ela.

Aplicações:

I. A Igreja de Antioquia — Uma Igreja modelo (At 13:1-4):

A Igreja que tem visão missionária sempre encontra nos seus membros o potencial necessário. Assim foi com a Igreja de Antioquia, que viu em Paulo e Barnabé o seu grande potencial humano e procurou usá-los na obra.

Foi numa busca intensa em oração que o Espírito Santo separou a Paulo e Barnabé para a obra. Eles não eram pessoas de segunda categoria, nem profissionais fracassados. Eles eram os homens mais capazes intelectual e espiritualmente falando. Este fato, tão importante, merece algumas considerações:

1. O Espírito Santo revelou a Sua vontade à Igreja.

2. O Espírito Santo escolheu o que havia de melhor na Igreja, os melhores obreiros.

3. O Espírito Santo revelou que Paulo e Barnabé deveriam ser separados para uma obra, mas ela não foi especificada. A resposta ao chamado exigia um ousado passo de fé.

4. A primeira reação da Igreja foi orar e jejuar, naturalmente para se certificar do chamado e para interceder pelos enviados.

5. Foi a Igreja quem os despediu, após a imposição de mãos, indicando o compromisso que estava assumindo na comissão dos missionários.

Assim foram enviados os primeiros missionários aos gentios. Foi a Igreja de Antioquia que teve esse privilégio, porque ela tinha visão de ganhar, não somente judeus, mas outros povos, nações e o mundo inteiro para Cristo. Graças a ela, o Evangelho chegou até nós.

l A Igreja de Antioquia foi o berço das missões cristãs. É um modelo para ser copiado, é um exemplo para ser seguido.

II. A Igreja e o seu potencial humano:

O potencial humano está dentro da Igreja e ele precisa ser usado para não se tornar um talento enterrado (Mt 25:14-30). O Espírito Santo foi buscar potencial de que necessitava para a Obra, dentro da Igreja de Antioquia.

Em Mateus 9:38, somos especificamente convocados a orar para que Deus envie obreiros para a Sua seara. É uma ordem de Jesus: "Faça esta oração"!

l Quando recebemos uma ordem, há apenas duas alternativas: Obedecer ou não a ela. Como é que temos respondido a esta ordem de orar por mais obreiros?

Quando a Igreja de Antioquia orou, o resultado foi surpreendente: Ficou sem seus melhores líderes. Quando oramos por missões, precisamos estar prontos a responder favoravelmente a Deus se Ele, atendendo o nosso pedido, convocar um dos nossos para um compromisso específico na Obra. Não adianta orarmos se não nos dispusermos a ser parte da resposta de Deus.

Infelizmente, não temos observado no nosso meio, interesse e oração por um ministério crescente e atuante. Não temos visto os crentes orando por um despertamento de vocações na Igreja local.

l Vamos consagrar, preparar e enviar alguns dos nossos, pois: "Como ouvirão se não há quem pregue? Como pregarão se não forem enviados?" A Igreja que descobre o seu potencial missionário, torna-se como o Mar da Galiléia: Uma bênção para todos!

III. Igreja local: A agente das missões

A "ida" de um missionário, deve estar ligada intimamente com a Igreja local. Ela é o instrumento de Deus para a realização da obra missionária, e deve responsabilizar-se pela seleção, treinamento, e envio do obreiro. É ela que:

1. Reconhece a vocação – Ninguém melhor que ela para reconhecer e identificar a pessoa chamada para ir. A pessoa vocacionada está convivendo e trabalhando na Igreja, portanto, ela vê o fruto e identifica o dom. Se a pessoa não produz fruto na sua Igreja, certamente será improdutiva no campo.

2. Prepara o vocacionado – Ninguém melhor do que o próprio líder para aconselhar, orientar e treinar. Jesus instruiu e treinou Seus apóstolos. Paulo orientou, treinou e acompanhou Timóteo.

3. Ora pelo obreiro – A Igreja de Antioquia gastou-se orando por seus obreiros. A Igreja de Corinto orava especificamente a favor de um missionário (2 Co 1:11).

4. Cuida do missionário – Nada pode lhe faltar no campo. É com a Igreja local que o missionário vai se corresponder, vai prestar relatórios, vai ser amparado e cobrado (At 14:26- 27).

É responsabilidade da Igreja local enviar os obreiros. Se ela não tem seus próprios membros para serem enviados, dentro ou fora do país, deve adotar missionários, assumindo compromisso de participar integralmente, ou parcialmente do seu sustento.

Vamos acompanhar o seguinte raciocínio. Se missões é tarefa da Igreja de Cristo, ela deve ser feita por iniciativa da Igreja local, que é a expressão do Corpo de Cristo. Portanto, quem envia missionários é a Igreja local. O Espírito Santo capacita.

Talvez não possamos ir, mas podemos enviar. Podemos sustentar a corda daqueles que vão. Isso podemos!

1. Quantos missionários a sua Igreja local já deu para a obra?

2. Quantos missionários a sua Igreja já adotou?

3. E você? E eu? Que temos feito?

A Igreja que não tem interesse por missões se assemelha ao Mar Morto, com águas paradas e sem vida. A Igreja missionária é fluente e as bênçãos do Senhor repousam sobre ela.

A Igreja local e o sustento missionário

A Igreja é o instrumento de Deus para a realização da Obra missionária. O plano de Deus para a Igreja local é a evangelização do mundo. Entretanto, a obra de missões, como qualquer outro empreendimento, precisa de sustento. O obreiro enviado ao campo precisa ser sustentado.

Quando falamos em sustento missionário, a primeira idéia que nos vem à mente é o dinheiro, mas não é apenas o dinheiro que sustenta a obra de missões.

O nosso compromisso para com o missionário é, pelo menos tríplice: Oração, apoio moral e espiritual, sustento financeiro.

A) Sustento em oração (Ef 6:18,19). Paulo, o grande apóstolo dos gentios, necessitava das orações dos irmãos. Ele pedia que orassem pelo sucesso de sua missão, para que ele pudesse cumprir bem a tarefa que Deus lhe ordenou fazer. Ele precisava de um exercício bem sucedido de seu ofício e para isso, pedia que a Igreja orasse por ele. Isso nos alerta no tocante à oração pelos missionários. Sem a oração da Igreja que os sustenta, o seu trabalho não será eficaz.

l A sua Igreja ora pelos missionários? Eles são lembrados nas orações coletivas e individuais?

B) Sustento moral e espiritual (Rm .15:24).

Aqui encontramos o apóstolo Paulo desejando ser alvo da atenção dos crentes de Roma, bem como necessitando do sustento moral e espiritual dos irmãos.

O campo missionário é um campo de luta e o missionário está na linha de frente. O desgaste espiritual, emocional e físico é tão grande que ele precisa de um apoio.

Paulo se sentiu confortado com a chegada de Epafrodito (Fp 4:18). Mais tarde, passou pela mesma experiência, na Macedônia, quando recebeu a visita de Tito (2 Co 7:6-7).

O missionário precisa sentir que a nossa oferta é muito mais do que dinheiro, é um pouco de nós mesmos. Precisamos dar-lhe apoio moral, emocional e espiritual, com demonstrações de simpatia e amor fraternal. Isto pode ser feito através de telefonemas, cartas, cartões, presentes, visitas pessoais, envio de literaturas: Jornais da cidade, revistas, novos lançamentos de livros, boletins da Igreja e outros.

l A Igreja não pode descuidar de seus missionários, porque eles são a vida da Igreja que avança.

C) O sustento financeiro (Fp 4:10-20). A Igreja em Filipos associou-se ao apóstolo, no sentido de cumprir a tarefa missionária. Como a Igreja fez isso? Enviando-lhe doações e bens materiais para o sustento. Os crentes filipenses se mostraram tão generosos em seu apoio financeiro, que Paulo tinha tudo com fartura. Nada lhe faltava.

Nesse texto de Filipenses, vamos encontrar cinco princípios de contribuição missionária para a Igreja local:

1. A Igreja local deve estar associada ao missionário (vv 14-15).

2. A Igreja local deve cuidar das necessidades do missionário e supri-las (v 16).

3. A Igreja local deve entender o princípio financeiro de Deus (v 19).

4. A Igreja local deve saber que a oferta missionária agrada a Deus (v.18).

5. A Igreja local deve saber que a oferta missionária resulta em glória a Deus (v 20).

l Contribuição missionária é oferta alçada. O dízimo é para a manutenção do culto (Ml 3:10).

l Ah, se as Igrejas soubessem quanto vale um missionário!

Se a evangelização do mundo é a tarefa da Igreja, devemos investir a maior parte dos nossos recursos em missões. Se não for assim, não estamos crendo que seja essa a tarefa suprema da Igreja. Se amamos as pessoas que não têm Jesus, precisamos contribuir para missões. "Podemos dar sem amar, porém não podemos amar sem dar".

Cada crente deve contribuir para missões. Os pais não devem contribuir pelos filhos. As crianças devem aprender a amar a Obra missionária. Deus não olha para o tamanho da oferta, mas para o tamanho do coração do ofertante (Lc 21:1-4).

Oração, finanças, cuidado pastoral! Tudo isso faz parte do sustento do obreiro. Isso exige um esforço da Igreja toda. Orar por missões nos cultos, na E.B.D., nos lares.

Escrever cartas e visitar os campos. Contribuir financeiramente para a Obra.

Existe uma necessidade urgente de que se adquira a visão missionária bíblica, para que o mundo todo confesse que Jesus é Senhor (Fp 2:11).

"Contribui segundo a tua renda, para que o Senhor não torne tua renda segundo a tua contribuição".

Orando por missões

Estamos cansados de ouvir que temos uma tríplice responsabilidade para com missões: ir, sustentar e orar. Todos, sem exceção, podem contribuir para missões, com muito ou com pouco. Ir a outras terras, para pregar o evangelho de salvação, nem todos podem, mas podemos enviar alguém que vá por nós. Orar pelo trabalho missionário, é dever de todos, é cumprir a ordem dada por Jesus.

Em Mateus 9:35-38, Jesus ordena que Seus discípulos intercedam para que o Pai envie obreiros para a Sua Seara. Aqui fica claro que a falta de oração na Igreja é a causa direta da falta de obreiro no campo.

O trabalho de missões é movido à oração. Através da intercessão dos crentes Deus realiza o Seu trabalho. "Quando o homem trabalha, o homem é quem trabalha, mas quando o homem ora, Deus é Quem trabalha".

A) Motivos para oração:

Vejamos alguns motivos que devem nos estimular a orar por missões:

1. Porque é ordem de Jesus (Mt 9:37-38).

2. Porque devemos seguir o exemplo de Jesus (Lc 6:12-13).

3. Porque queremos apressar a vinda de Jesus (Mt 24:14).

4. Porque é meio de obter obreiros no campo (Lc 10:2).

5. Porque traz alegria aos anjos de Deus (Lc 15:10).

6. Porque é o meio pelo qual Cristo é pregado em todos os países, reinos e nações (Fp 1:18).

7. Porque é o meio de enfraquecer as forças do mal que impedem que o Nome de Jesus seja proclamado (Ef.6:12).

l Será que essas razões são suficientes para nos estimular a orar por missões?

B) Como posso orar por missões?

Existem algumas exigências da oração. Então, como orar por missões?

1. Orar com fé (Mc 11:24).

2. Orar com perseverança (Lc 11:9,10; Rm 12:12).

3. Orar com objetividade, com determinação (2 Co 1:11).

l Passamos neste teste? Nossa fé tem sido superior às dúvidas? Somos perseverantes na oração? Quando oramos Deus sabe quem é o objeto de nossa oração?

C) Quando devo orar por missões?

Quando devemos orar por missões? Na época das conferências missionárias? Seguem algumas sugestões:

1. Orar diretamente em casa, individualmente e com a família.

2. Orar nas reuniões de oração da Igreja.

3. Orar nas reuniões nos lares.

4. Orar nos cultos dominicais.

5. Orar nas classes da Escola Bíblica Dominical.

6. Orar nas reuniões dos departamentos.

l Cada família deve adotar um missionário para ser alvo das suas intercessões.

D) Quais os motivos pelos quais dirijo

minhas orações?

1. Orar pela salvação de almas (Rm 3:23).

2. Orar rogando por mais obreiros (Mt 9:38).

3. Orar pela visão missionária da Igreja (Fp 1:9-11).

4. Orar pelos missionários, nominalmente (Ef 6:18-20).

5. Orar para que Deus abra as portas à Palavra (Cl. 4:3).

6. Orar pelo sustento financeiro do missionário (Fp 4:15).

7. Orar pela fertilização do solo (coração) que irá receber a semente (Palavra) (Mt 13:1-23).

Resultados: Através da oração, podemos fazer missões mundiais e alcançar países, reinos, tribos e nações. A China é um exemplo vivo disso. Era um país fechado ao evangelho, impossível de ser alcançado. O povo de Deus, do mundo todo, bombardeou o céu em orações a favor da China e o milagre aconteceu.

Hoje a China está aberta ao evangelho. O crescimento da Igreja na China, desde 1977, não tem paralelo na história. Foram 140 anos de semeadura sacrificial por milhares de missionários.

O lar da Igreja primitiva – o Oriente Médio – é, agora, o mais necessitado campo missionário do mundo. Atualmente, o islamismo impera nessa região. Os crentes do mundo inteiro têm orado pelo Oriente Médio e o milagre está acontecendo. Os muçulmanos são alcançáveis e estão sendo ganhos para Jesus.

Vamos nos mobilizar em oração! Nós podemos mudar a história do mundo com as nossas orações! Esta responsabilidade pesa sobre os nossos ombros!

A oração é uma verdadeira arma para a Obra missionária.

Observação final:

1. A minha Igreja local tem feito missões através da oração?

2. Orar não custa dinheiro, não requer cultura; só é necessário decidir e começar. É muito bom falar de oração, mas orar surte mais efeito.

3. Adote um missionário com oração, cartas e cooperação para seu sustento! Deus vai ajudá-lo (Jo 14:24... Amém! (1 Co 15:58).

Daniel Alves Pereira

0 comentários:

Postar um comentário