Uma grande multidão se reuniu em um subúrbio de Oak Creek, Wisconsin e realizou uma vigília de oração em favor das vítimas do tiroteio do templo Sikh. Sete pessoas foram mortas durante o ataque de um atirador que abriu fogo contra fiéis que participavam do serviço religioso no domingo (5) de manhã.
Um memorial foi improvisado no entorno da comunidade que passou a representar o drama desta comunidade. No local foram deixados ursos de pelúcia e flores, alem de coroas fúnebres com os nomes e idades das vítimas do atirador, que morreu no local quando a policia chegou e revidou um disparo feito por ele.
Os sikhs entraram para a lista de alvos dos EUA por causa dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Os seguidores norte-americanos da religião relataram que desde então passaram ser perseguidos e sofrer violência ao serem confundidos com muçulmanos por usarem turbantes e barbas longas.
As vítimas foram 5 homens e uma mulher com idades entre 39 e 84 anos. O filho mais velho de uma das vítimas, Paramjit Kaur, de 41 anos, disse que sua mãe foi baleada logo depois de completar orações.
“Minha tia avisou que estava havendo um tiroteio lá fora e precisávamos ir embora”, disse Kamal Saini, de 20 anos. “Mas ao invés de se levantar e correr, ela queria apenas curvar-se e orar pela última vez”, disse Saini. Sua mãe foi baleada pelas costas, segundo a CNN.
A família imigrou para os EUA há oito anos e no mês passado puderam fazer sua primeira visita à Índia desde então.
O governador do Wisconsin se “uniu às orações” dos que participaram da vigília. “Precisamos disto”, disse Harsimran Kaur, de 30 anos. “Foi um caos. Estamos sofrendo muito”, concluiu.
O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que o seu governo fornecerá todo o apoio necessário às vítimas do tiroteio em um templo Sikh. Ele garantiu que as investigações sobre o ataque serão concluídas.
“Lamentamos a perda na casa de culto e lembramos o quanto nosso país tem sido enriquecido pelos sikhs, que fazem parte da nossa ampla família americana”.
O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, também condenou os assassinatos, “uma tragédia que nunca deveria acontecer em qualquer lugar de culto”
Segundo os representantes da Coligação Sikh em Washington, membros da comunidade foram vítimas de racismo 700 vezes desde os atentados de 2001.
Protestos na Índia
Manifestantes da religião Sikh fizeram protestos no norte e na capital da Índia na segunda-feira (6) após o tiroteio em Winsousin.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem no distrito de Jammu, no estado indiano de Jammu e Caxemira, no extremo Norte do país.
Na capital Nova Délhi os manifestantes marcharam em direção à embaixada dos EUA. Na ocasião foram parados pela policia que agiu levantando uma barricada pra proteção do prédio oficial.
Cerca de 500 mil sikhs vivem atualmente nos EUA. Os primeiros membros da religião emigraram no final do século 19 em busca de prosperidade na América. Eles inicialmente eram agricultores, mas com o tempo passaram a ocupar cargos públicos importantes e adquiriram respeito e uma boa condição financeira.
A fé Sikh pode ser definida de modo geral como uma mistura do hinduísmo com o islamismo. Monoteísta, ela não adota o sistema de castas, e possui uma doutrina igualitária entre homens e mulheres.


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