Antes de cada um dos muitos jogos da NBA ao longo da temporada, existe um ritual pouco conhecido dos fãs: um culto que reúne atletas e comissão técnica dos dois times.
Nos Estados Unidos, é comum jogadores profissional de hóquei, futebol americano e beisebol, terem um tempo de oração individual ou com a equipe. O trabalho de capelania da NBA é diferenciado e está prestes a comemorar 34 anos. A primeira capela da NBA antes de um jogo foi em fevereiro de 1979, na sede do Philadelphia 76ers.
“O campeonato é muito especial neste aspecto”, disse Mike Yorkey, ex-editor de uma revista cristã, que já escreveu muitos artigos sobre a religião na NBA. ”Cerca de 45 minutos antes do jogo, jogadores de ambos os times são convidados a se reunir com o capelão para um culto que dura cerca de 15 minutos. Os pastores convidados em cada cidade compartilham uma breve mensagem ou leem trechos das Escrituras e às vezes escutam pedidos de oração dos presentes”. Quase sempre os jogadores também cantam algum hino à capela.
Praticamente todos os times da NBA tem um capelão que acompanha os jogadores nas sedes das equipes, mas eles não viajam com o time.
“Os temas das mensagens na maioria das vezes são sobre como superar os desafios da vida, explica Yorkey, mas o objetivo básico é estimular os jogadores a viverem vidas que glorificam a Deus e incentivá-los a resistir às tentações”.
De acordo com especialistas que estudam religião no atletismo, o papel da fé na NBA é diferenciado dos outros esportes profissionais. Daniel Chec, professor de Psicologia do Esporte na Universidade de Southern Georgia, estuda o assunto. Para ele, o que chama atenção é que os atletas nunca oram para ganhar o jogo. “Na maioria das vezes é mais de uma oração de agradecimento, uma oração para ninguém se machucar e que eles possam mostrar o que tem de melhor na quadra”.
Em um livro que escreveu sobre o “fenômeno” Jeremy Lin, que chamou atenção no ano passado tanto pelo seu desempenho em quadra quanto por seu testemunho de fé, há um fato curioso. Lin, então jogador do New York Knicks, participou de um culto em janeiro 2011, antes do jogo contra o Miami Heat. O capelão fez um sermão curto e perguntou se havia pedidos de oração. Havia poucos jogadores presentes. Lin levantou a mão e pediu que Deus o ajudasse no jogo. Ele iria ser enviado para a D-League [Liga de Desenvolvimento], um campeonato de menor expressão.
Lin fez uma boa partida contra o Heat e uma semana depois, marcou 25 pontos contra o New Jersey Nets, desencadeando o fenômeno de popularidade que lhe garantiu um lugar no Knicks na temporada passada. Hoje, no Houston Rockets, ele continua tendo uma boa sequência. “Parece que Deus ainda está respondendo aquela oração”, finaliza Yorkey. Com informações de Huffington Post.