26 março, 2013

PSC diz que Marco Feliciano é “ficha limpa” e decide mantê-lo em comissão

Para partido, pastor “não é racista e nem homofóbico”

Mesmo com a pressão política constante e o posicionamento contrários de ativistas que tumultuaram as sessões da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), Marco Feliciano não sai da presidência.
Everaldo Pereira, vice-presidente do partido de Feliciano, afirmou hoje: “O PSC não abre mão da indicação feita pelo partido. Avaliza e repito: não abre mão da indicação feita. O deputado Marco Feliciano foi eleito por maioria dos membros da comissão. Se ele estivesse condenado pelo Supremo [Tribunal Federal], nem indicado seria. Feliciano é um deputado ‘ficha limpa’, tendo então todas as prerrogativas de estar na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias”.
Para o PSC, o pastor “não é racista e nem homofóbico” e acredita que ele “já se desculpou por colocações mal feitas. Qualquer um pode deslizar nas palavras, pode errar”.
Marco Feliciano chegou à reunião da bancada nesta tarde escoltado por seguranças. Estavam presentes cerca de 20 pastores de diversas denominações evangélicas para prestar seu apoio.
Uma faixa estendida diante da entrada da sala onde ocorreu a reunião anunciava: “E se Jesus renunciasse, o que seria do mundo? Marco Feliciano, não renuncie, estamos com você. Assinado: povo cristão”.
A ideia foi da pastora Edenilza Araújo, que diz não estar comparando o pastor a Jesus. Ela explica que a comparação é da “pressão” sofrida por ambos.
O vice-presidente do PSC lembrou aos presentes do histórico do partido, que apoiou as campanhas do ex-presidente Lula e da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que é negra, quando ela foi candidata à prefeitura do Rio de Janeiro.
Pediu ainda que as lideranças dos demais partidos da Câmara respeitem a indicação do PSC e alertou. “Não fazemos ameaças, mas se for preciso convocar centenas de militantes que pensam como nós também vamos convocar”.
A decisão do PSC não encerra a polêmica envolvendo Feliciano, já que algumas das declarações do pastor deputado geraram denúncias do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no Supremo Tribunal Federal.
O STF já intimou Feliciano a comparecer a um interrogatório em 5 de abril, onde deverá prestar esclarecimentos sobre os processos movidos contra ele a um juiz federal.
Durante uma entrevista ao programa “Pânico na Band”, Feliciano disse que só sairia morto da presidência da Comissão e disse à revista Veja que em 2014 as coisas “serão muito diferentes”, e que se considera traído pelo PT, que o apoiou quando foi indicado para a presidência da CDHM e depois recuou, voltando-se contra ele.

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