27 novembro, 2014

Se Cristo não converte, o gospel convence

Por Antognoni Misael

John Lennon quando no auge da fama dos Beatles deu a infeliz declaração de que eles naquele momento eram mais famosos do que Jesus. Apesar de tentar se retratar, Lennon em parte disse uma verdade: a beatlemania atraia e fascinava mais aquela juventude europeia e norte-americana do que grande parte das igrejas que professavam a Cristo!

Ligado a esse fato, no atual momento em que vivemos no Brasil, eu diria que não mais os Beatles, mas sim o gospel, anda mais famoso que Jesus! Destarte, se Lennon estivesse vivo hoje, ele teria motivos para acusar a gospelmania como o atual movimento que fascina e atraí mais do que o Evangelho de Cristo. (Obviamente isso não significa que Cristo anda perdendo pro gospel; outrossim, significa, claro, que nem tudo é do gospel é de Cristo)

Perante o assombroso crescimento no número de evangélicos, e diante da desconfiada qualidade das conversões, temos uma séria reflexão a fazer: que tipo de Evangelho tem sido apresentado ao mundo por tais representantes da música dita gospel? Pois é, trazendo para o cerne da questão os artistas deste segmento e o mercado da fé que cada vez ganha mais espaço, poderia supor que... quando Cristo não converte, o gospel convence.

Isso se explica simplesmente com uma análise da indústria cultural da fé. Observe o que está mais em evidência e visibilidade: Cristo ou os Astros?

Lembremos que tempos atrás o cantor Latino declarou interesse em mudar para o gospel;
recentemente Naldo Benny chegou a ensaiar uma versão gospel, foi até "discipulado" por Thalles Roberto (mas ao que parece desistiu), e tantos outros famosos que vez por outra afirmam simpatizar com este segmento e serem desejosos de um dia participarem de um dia serem... “gospel”. Outro caso ocorreu um dia desses, o cantor Belo lançara seu mais novo álbum “Mistério” o qual contou com a participação do Thalleco, que gravou com ele a canção “Mesmo sem entender”.

A última que soube foi a da cantora Joelma da banda Calypson, que ontem gravou o DVD de 15 anos da banda e teve como convidada a Pastora Ludmila Ferber que participou com uma de suas canções.

Ou seja, Cristo parece alguém desconhecido no meio dos artistas seculares – note que tais astros se emocionam e choram ouvindo uma canção gospel, mas dificilmente choram e pranteiam por terem tido um encontro genuíno com Cristo(por que será?).

O evangelho que cobra arrependimento do pecador parece passar longe do “X da questão, pois o gospel, ao que se percebe, nem consegue fazer arte com excelência dialogando conceitos e princípios pertinentes na vida como um todo, nem consegue fazer música cristã autêntica com profundidade em suas letras. O X da questão chama-se MER-CA-DO!

É certo que alguém irá argumentar que os cantores gospel estão influenciando na música de tais cantores (como no caso do Belo e da Joelma) ao ponto de serem solicitados para gravação de CD's, DVD's e programas de TV. Eu realmente concordo com tal pensamento, e digo mais, o estilo gospel tem não só influenciado, mas atraído, encantado... Já, o Evangelho, como é um discurso duro de se ouvir, claro que não!

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Arte de Chocar

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