Qual a fronteira entre a liberdade de expressão e a fé alheia?
No Brasil existe liberdade de expressão. É um direito garantido pela lei, mas existem limites para toda e qualquer manifestação. A liberdade na internet parece ter chegado a outro patamar, uma vez que não existe um órgão fiscalizador. Cada um diz o que bem entende e muitas vezes causa tristeza e revolta em outros.
Já se tornou comum a prática de campanhas que utilizam o e-mail para pedir que sites, blogs e comunidades de redes sociais sejam excluídas ou bloqueadas. Uma das mais recentes é a nova tentativa de tirar do ar a comunidade do Orkut que leva o nome de JESUS DEVIA TER APANHADO MAIS™ Ela pode ser acessada no endereço www.orkut.com.br.
Quem está familiarizado com o Orkut sabe que pode clicar no botão “denunciar abuso” e que um grande número de denúncias pode fazer com que ela, de fato, saia do ar.
Mas a descrição da comunidade afirma em tom de desafio:
“Jesus veio para pagar os nossos pecados e não apanhou nem 5 minutos! HOMEM FROUXO!
Mesmo após duas comunidades deletadas, milhares de denúncias, ameaças de morte, tentativas de invasão, ataques de folders, ofensas e pregações de fanáticos religiosos continuamos cada dia mais fortes. Porque ninguém nos obrigará a acreditar em um mito! Mais de três anos e nenhum castigo divino!
Ele deve ter ficado com medo de mim!”
O seu criador e grande parte dos membros da comunidade parecem não se preocupar com esse tipo de campanha. Afinal, a comunidade já saiu do ar duas vezes. Mas pelas facilidades da internet, foi criada novamente com o mesmo nome.
Quem está acostumado com o mundo das redes sociais provavelmente não se espanta mais com esse tipo de coisa. Afinal, existem centenas e possivelmente milhares de grupos que, de uma maneira ou outra, causa ofensa a um grupo específico. A justificativa sempre é a “liberdade de expressão” e o repúdio a uma “censura”.
Talvez por isso, muitos cristãos já migraram para redes sociais temáticas, que reúnem apenas pessoas que pensam da mesma forma. Foi assim que depois do Youtube criaram o GodTube, depois do Orkut e Facebook surgiu o Tangle e depois do Twitter veio o Christian Chirp.
Possivelmente o grande motivador desse tipo de iniciativa é a busca de um ambiente onde as crenças dos usuários não serão atacadas ou desprezadas. O desafio que se apresenta para os cristãos é o mesmo: Como estar no mundo (virtual ou real) sem participar nas coisas do mundo (virtual ou real)?
06 novembro, 2011
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Será que viver em um mundinho de evangélicos poderemos dizer que temos liberdade de expressão? Assim é muito fácil migrar para outros espaços que tenha a mesma opinião nossa.
ResponderExcluirAs vezes penso que os muçulmanos é que estão certos, na rigidez com que tratam a religião, pois, ninguém ousa falar asneiras ou blasfêmias contra Maomé ou contra a Corão.
Já no Brasil os próprios evangélicos não honram a fé que possuem e ainda esperam que os outros respeitem?