03 junho, 2016

Evangélica, Secretária de Mulheres é contra o aborto

Como evangélica, ela se torna a primeira mulher a ocupar a liderança da pasta sem defender a descriminalização do aborto
A Secretária de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, precisou emitir uma nota para desqualificar as afirmações de que ela seria contra o aborto até mesmo em caso de estupro. Fátima, que é evangélica, foi deputada federal por quatro mandatos e chegou a se pronunciar sobre o tema.
Dando exemplo de sua própria vida, Fátima afirmou na Câmara que era contra o aborto, pois esta poderia ter sido a escolha de sua mãe que engravidou dela quando estava presa. “Hoje estou aqui podendo dizer e defender que a vida começa na hora da concepção sim. Se há tempos atrás tivesse feito isso (aborto) não estaria aqui hoje”, defendeu.
Mas por ocupar um cargo anteriormente ocupado por abortistas, Fátima foi bastante criticada pela imprensa por conta da repercussão do caso do estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro na semana passada.
Os meios de comunicação tentam usar as falas de Fátima em uma Comissão da Câmara dos Deputados para insinuar que, por conta de sua religião, a nova secretária poderia impedir que meninas como a adolescente do Rio de Janeiro interrompessem uma gestação vítima de um abuso sexual.
Em nota, a secretária afirmou que o aborto, segundo a lei brasileira, pode ser praticado em casos de estupro e que ela não irá se opor ao que já está garantido. “A mulher vítima de estupro que optar pela interrupção da gravidez deve ter total apoio do Estado, direito hoje já garantido por lei”, diz.
Ainda em seu posicionamento, Fátima deixa claro que suas opiniões pessoais sobre este tema não irão interferir no seu trabalho à frente da Secretaria de Políticas para Mulheres e que ela irá defender as mulheres e combater a violência.
“Sempre trabalhei de forma democrática para defender a ampliação dos direitos das mulheres. Em respeito à minha história de vida, o meu posicionamento sobre a descriminalização do aborto não vai afetar o debate de qualquer questão a frente da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres. A mulher vítima de estupro, que optar pela interrupção da gravidez, deve ter total apoio do Estado, direito hoje já garantido por lei. Trabalharei, incansavelmente, para combater qualquer tipo de violência contra a mulher”, diz a nota.

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