Ex-general genocida disse que fazia sacrifícios humanos mensalmente e falava com Satanás
Joshua Milton Blahyi já foi considerado um dos homens mais temidos na
guerra na Libéria. Ele confessou ter matado cerca de 20.000 pessoas
durante 14 anos de guerra civil naquele país.
Mas hoje Joshua Blahyi afirma ser uma nova pessoa. É um cristão
evangélico que está arrependido de seus pecados e desde que confessou
Jesus como seu Salvador tem se dedicado a evangelizar sua nação e pediu
perdão às pessoas que machucou.
Em uma entrevista ao jornal Daily Mail, em 2010, Blahyi disse:
“Acredito firmemente que a Bíblia diz que Deus já me perdoou”, Mesmo
assim, está disposto a ser julgado em Haia e possivelmente enforcado por
seus crimes de guerra.
Recentemente, o pastor Blahyi foi selecionado pela revista The Economist e o canal de TV
PBS para contar sua história em um documentário intitulado “The
Redemption of General Butt Naked” [A Redenção do General Pelado].
Os cineastas Eric Strauss e Daniele Anastasion passaram quase cinco
anos com Blahyi, seguindo de perto sua busca pelo perdão de seus
ex-soldados e parentes de suas vítimas.
Strauss tornou-se interessado na biografia de Blahyi depois de ler
sobre ele em um livro: “Era uma pequena história sobre um líder famoso
que matou milhares e agora andava pelas ruas pregando a verdade e a
reconciliação. Eu me perguntava se uma pessoa assim realmente existia.
Seria possível esse “Extreme Makeover? “, explicou o cineasta ao Los
Angeles Times.
Oferecendo uma resposta às suas próprias perguntas através desse documentário, o filme enfatiza a fé e o perdão.
“Somente o cristianismo pode ajudar esta nação, porque o cristianismo
é a única crença verdadeira. A única fé que lhe diz para amar os seus
inimigos, aceitar e perdoar aqueles que te machucam”, explica Blahyi em
um trecho do filme. “Quem vocês estão vendo aqui foi um rebelde
conhecido. Só quem pode desarmar é o amor. Só Deus pode mudar sua vida”.
Antes de sua conversão, Blahyi, praticava magia negra e o foi
conselheiro espiritual do falecido presidente da Libéria, Samuel K. Doe.
Aos 11 anos, foi iniciado como feiticeiro tribal e participou de seu
primeiro sacrifício humano, que realizou mensalmente até os 25. Mais
tarde ele foi nomeado o bruxo de sua aldeia onde afirma que reunia-se
regularmente com Satanás.
Ele recebeu o apelido de “General Pelado” porque sempre ia para as
batalhas usando apenas sapatos e empunhando uma arma. Ele acreditava que
sua nudez impediria as balas de matá-lo.
O General afirma ter matado muitas crianças que ofereceu para
Satanás. Ele tomou o sangue e comia o coração de suas vítimas antes de
ir para uma batalha. Por isso todos em seu país ainda o temem, apesar de
sua conversão.
Blahyi explica que em 1996 teve um encontro dramático com Jesus,
durante uma das batalhas mais brutais na história da guerra na Libéria.
Para muitos, seu relato é semelhante à conversão do apóstolo Paulo na
estrada de Damasco.
O pastor conta que Jesus apareceu diante dele como uma luz ofuscante e
disse que ele iria morrer se não se arrependerem de seus pecados. “A
tradição fez-me acreditar que ao me tornar guerreiro tinha que fazer
sacrifícios antes de ir para a batalha. Mas Deus me apareceu quando eu
estava nu, no meio da batalha, e disse que eu estava a fazer o trabalho
de Satanás”.
Depois disso, aceitou a Cristo e pediu perdão pelos seus pecados.
Abandonou o exército e passou a defender a paz e combater a violência.
Desde então, muitos creram no seu arrependimento e transformação, mas
outros acreditam que ele está mentindo.
Ele é presidente e fundador do Ministério Evangelístico Trem do Fim
dos Tempos, no país vizinho de Gana. É casado com a pastora Josie e têm
três filhos: Michaela, Joshua Jr e Janice. Fundado em 1999, seu
ministério atua em áreas remotas da África, incluindo Togo, Benin,
Nigéria, Chade, Guiné e Libéria, sua terra natal.
O filme sobre sua vida vai ao ar dia 22 de janeiro de 2012 no
Documentary Channel. A Comissão para Verdade e Reconciliação foi
estabelecida no seu país natal para definir quem deveria ser julgado por
crimes de guerra. O pastor Blahyi foi indiciado e disse que está
disposto a ser julgado por crimes de guerra por um tribunal em Haia.
Depois de admitir à Comissão que seu grupo foi responsável pela morte
de 20 mil pessoas, Blahyi disse esperar que sua confissão ajude a curar
as feridas de seu país. Afirmou ainda que está preparado para qualquer
decisão da Comissão. “Se for condenado, posso ser eletrocutado ou
enforcado, mas acredito que o perdão e a reconciliação sejam os melhores
caminhos a seguir.”
28 dezembro, 2011
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