Mulheres são vítima de judeus ultra-ortodoxos em Beit Shemesh
A menina Naama Margolese, de apenas 8 anos, com seus óculos de grau e
rabo de cavalo não parece representar perigo algum. Mas ela afirma que é
diariamente submetida a insultos e perseguições por alguns membros da
comunidade judaica ultra-ortodoxa.
Ela revelou aos repórteres ter medo de ir para a escola porque é alvo
constante de agressões e chegou inclusive a ser apedrejada.
Segundo a imprensa israelita, tais atos são justificados pelas roupas
que ela usa, consideradas “ousadas demais”. O caso de Naama está, mais
uma vez, chamando atenção para o abuso e à segregação sofrida pelas
mulheres na comunidade judaica.
Nesta segunda-feira, a cidade de Beit Shemesh, próxima a Jerusalém, foi
palco de graves conflitos entre judeus ultra-ortodoxos e a polícia. Tudo
começou quando os policiais tentaram retirar vários sinais espalhados
pelas ruas e que ordenavam a discriminação contra as mulheres.
A polícia reforçou as patrulhas nessa cidade por causa da forte tensão provocada depois que vários manifestantes foram presos.
No último domingo, uma equipe de TV
israelense sofreu agressões ao filmar as placas que pedem para as
mulheres não pararem em frente a sinagogas. Por toda a cidade existem
cartazes que ordenam às mulheres a se vestirem “modestamente”, segundo
os princípios do judaísmo ultra-ortodoxo. Uma parcela da população tem
uma visão rigorosa da necessidade de separação entre homens e mulheres.
A imprensa israelense já registrou numerosos casos em que as mulheres
foram vítimas das agressões por se negarem a sentar na parte traseira
dos ônibus, insistirem em andar na mesma calçada que os homens ou não
andarem com os braços e pernas inteiramente cobertos.
Os judeus ultra-ortodoxos atualmente são 10% da população israelita,
mas tem um crescimento anual muito elevado, devido à sua alta taxa de
natalidade. Nos últimos anos eles têm se tornando mais agressivos,
tentando impor seu estilo de vida e seus hábitos ao restante da
população.
Nesta terça-feira, mais de 10 mil pessoas eram esperadas em Beit
Shemesh para se protestar contra a exclusão das mulheres. Em Jerusalém, a
maior cidade do país, empresas foram obrigadas a parar de estampar
rostos femininos em outdoors devido ao vandalismo persistente. Os judeus
moderados e os não praticantes tem constantemente criticado os
ortodoxos.
Acostumados aos conflitos com os palestinos, agora existe o temor que
os últimos eventos possam gerar um conflito religioso no país entre os
próprios judeus. Em um pronunciamento, o primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu pediu pelo fim da violência num país que considera ser um
estado livre e democrático.
Traduzido e adaptado por Gospel Prime de Huffington Post
28 dezembro, 2011
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