20 janeiro, 2013

Myrian Rios faz lei em prol dos “bons costumes” e recebe críticas

Deputada carioca é chamada de “hipócrita” e “retrógrada” nas redes sociais

“A sociedade de uma maneira geral vem cada dia mais se desvencilhando dos valores morais, sociais, éticos e espirituais. Valores esses que são de extrema importância para que nossa sociedade caminhe para o crescimento”. Esse é o argumento usado pela deputada do PSD carioca e ex-atriz Myrian Rios para a aprovação do “Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais”.
Atualmente, a parlamentar se intitula missionária da renovação carismática católica. Dois anos atrás, ela conseguiu que fossem destinados R$ 5 milhões à Jornada Mundial da Juventude. O evento católico que ocorre no Rio de Janeiro este ano e deve ter a participação do papa.
O projeto de lei Nº 573, de 9 de junho de 2011, de autoria de Myrian Rios, foi sancionado somente nesta quinta (17) pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O texto é um tanto vago e diz que “O Programa deverá envolver diretamente a comunidade escolar, a família, lideranças comunitárias, empresas públicas e privadas, meios de comunicação, autoridades locais e estaduais e as organizações não governamentais e comunidades religiosas, por meio de atividades culturais, esportivas, literárias, mídia, entre outras, que visem a reflexão sobre a necessidade da revisão sobre os valores morais, sociais, éticos e espirituais”
Ela ressalta que o programa contribuirá para “uma convivência saudável entre pessoas, estabelecendo relações de confiança e respeito mútuo, alicerçada em valores éticos, morais, sociais, afetivos e espirituais, como instrumento capaz de prevenir e combater diversas formas de violência”.  Porém, não especifica valores nem de onde sairão os fundos para sua execução, o que pode torná-la apenas mais uma lei que nunca saiu do papel.
Nas redes sociais a repercussão não foi boa. No Twitter e no Facebook, vários eleitores do Rio de Janeiro começaram uma espécie de campanha contra a deputada. O motivo é ela ter feito na década de 1970 ensaios nus para revistas masculinas.
Portanto, ela foi chamada de “hipócrita” e “retrógrada”. Alguns lembraram a polêmica das declarações da deputada em 2012, consideradas homofóbicas.  A maioria fez críticas sobre os problemas que o Estado enfrenta e que os deputados não procuram fazer leis para resolver.  As informações são do Terra.