15 março, 2013

Membros da Igreja Maranata usam Bíblia para coação, diz promotor

Uma das testemunhas recebeu ameaças assim que as notícias sobre a prisão dos quatro pastores foi divulgada na imprensa

Em entrevista ao programa Bom Dia Espírito Santo na manhã desta quarta-feira (13) os promotores de justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) afirmaram que os membros estavam usando a Bíblia para coagir as testemunhas e as autoridades que trabalham no caso.
No dia anterior quatro pastores da igreja foram presos, incluindo o presidente Elson Pedro dos Reis e o ex-presidente Gedelti Gueiros, além dos pastores Amadeu Loureiro e Carlos Itamar.
No programa os promotores Paulo Panaro e Jerson Ramos disseram que as testemunhas começaram a mudar seus depoimentos com medo das autoridades da igreja, no caso os pastores.
“Essa coação, diferente da normalidade, onde a coação é direta dizendo o que uma pessoa deve fazer ou deixar de fazer, ela é feita através do uso de uma interpretação manipulada da Bíblia”, explicou Panaro.
Ramos também comentou que as mensagens transmitidas na igreja estavam apavorando os membros. “Distorciam a forma da mensagem, trazendo informações subliminares, que acuavam as pessoas, que ficavam subjugadas às pessoas que transmitem a mensagem. As pessoas ficaram apavoradas”.
Ao colocarem essas pessoas como “caídos” ou “excluídos” no sentido de ficarem em segundo plano dentro da instituição, os membros que estavam como testemunhas se sentiam subjugados e não estavam mais cooperando como deveriam com as investigações.
Panaro disse que uma das testemunhas foi ameaçada assim que a notícia sobre as prisões foram divulgadas na imprensa. “Ontem (terça-feira), cheguei ao meu gabinete e encontrei um documento assinado de uma das vítimas, falando que tão logo a imprensa veiculou a notícia das prisões, a pessoa recebeu três telefonemas ameaçadores. Diziam ‘Fulano, você viu o que você fez?’ Eu vim de longe para te pegar, vou só esperar a poeira baixar para você ver o que vai acontecer”, disse o promotor.
A testemunha cita que já recebeu outras ameaças pedindo para que ela se retratasse desmentindo suas provas que acusam os investigados. “Vou investigar as ligações para detectar os proprietários das linhas e tomar as medidas cabíveis”, garante o promotor. Com informações G1.
Assista a entrevista:


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