25 julho, 2013

44,2% dos jovens entre 16 e 24 anos são católicos, diz Data Popular

37,6% são protestantes/evangélicos; 6,7% de outras e 11,5% sem religião

44,2% dos jovens entre 16 e 24 anos são católicos, diz Data Popular
Menos da metade dos brasileiros entre 16 e 24 anos são católicos, aponta pesquisa do Data Popular. Segundo o levantamento, 44,2% dos jovens entrevistados se declararam católicos, 37,6% protestantes/evangélicos, 6,7% de outras religiões e 11,5% afirmaram não possuir religião.
A pesquisa mostra que, entre os brasileiros com mais de 50 anos, o percentual dos que se dizem católicas é bem maior. Nessa faixa etária, 57,9% se declararam católicos, 27% evangélicos/protestantes, 11,1% de outras e 4% sem religião.
A queda do percentual de católicos no país e o crescimento do número das pessoas que se declaram "sem religião" estão entre os desafios do Papa Francisco, que desembarcou nesta semana no Brasil para Jornada Mundial da Juventude.
O Data Popular ouviu 1.501 pessoas, no mês de maio, nas áreas urbanas de 100 cidades de todas as regiões do país. Segundo o instituto, a margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Os números mostram uma grande diferença em relação aos do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontava para um percentual de 63% de católicos entre os jovens com idades entre 15 e 24 anos. Dos 190,7 milhões brasileiros, 34,1 milhões são jovens entre 15 e 24 anos. O país tem 123,3 milhões de católicos, sendo 21,8 milhões jovens. Segundo o IBGE, o percentual de católicos no país recuou de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010.
Diferenças metodológicas
Segundo o presidente do Data Popular, Renato Meirelles, os números da pesquisa confirmam a tendência já apontada pelo Censo 2010. "Estamos falando de quase 3 anos de diferença. Essa queda se acentuou e não parou. A pesquisa confirma essa tendência detectada pelo IBGE e confirma que a queda é mais forte entre os mais jovens do que entre os mais velhos", diz.
Ele explica, entretanto, que as entrevistas do Data Popular foram feitas apenas nas áreas urbanas - que representam cerca de 85% da população - e no formato de autodeclaração, o que difere da metodologia utilizada no Censo, pela qual o responsável pelo domicílio é quem responde o questionário pela família.
Crescimento dos evangélicos
A pesquisa do Data Popular ponta também uma diferença considerável de percepção entre os mais jovens e os mais velhos quando o assunto é religião. O apego às crenças é proporcionalmente maior entre os mais velhos: 88,3% dos entrevistados com 50 anos ou mais concordam que é importante ter uma religião ao passo que entre os jovens entre 16 e 24 anos esse percentual caiu para 76%.
“Esse é o foco principal da visita do papa ao Brasil: tentar conquistar uma parcela da população que está afastada da Igreja Católica, seja porque está seguindo uma outra religião, ou por não ter uma”, destaca o presidente do Data Popular.
Segundo Meirelles, entre os desafios da Igreja Católica está também um novo modelo evangelização que consiga dialogar com os códigos dos jovens. "As igrejas evangélicas entraram mais fortemente nas classes C e D, que possuem o maior número de jovens, se valendo de novas formas de tecnologia e de evangelização. Hoje você vê funk gospel, samba gospel - modelos que só mais recentemente começamos ver na Igreja Católica", avalia.
Católicos são menos assíduos à igreja
Os católicos são proporcionalmente os menos assíduos à igreja entre os brasileiros com 18 anos ou mais, segundo a pesquisa. Entre os católicos, 48% afirmaram não ter ido nenhuma vez à igreja no último mês, 45% disseram ter ido de uma a quatro vezes e 7% mais de quatro vezes. Entre os evangélicos e protestantes, 52% responderam ter ido mais de quatro vezes no mês, 34% de uma  aquatro vezes e 14% nenhuma. Entre os de outras religiões, 34% foram mais de 4 vezes no último mês, 50% de uma a quatro vezes e 16% nenhuma.
O percentual de católicos que depositam na religião a esperança de melhorar de vida é também menor: 27% dos católicos afirmaram concordar com a frase ‘Deus ou minha fé é a principal responsável por minha vida melhorar’. Entre os evangélicos/protestantes o percentual foi de 45% e, entre os de outras religiões, 33%.
Fonte: G1

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