16 setembro, 2013

Pastor é acusado de blasfêmia no Paquistão

Ele foi convidado a comparecer diante de clérigos islâmicos para julgarem seu caso
Dezenas de famílias cristãs abandonaram suas casas em uma vila próxima à cidade de Lahore após um pastor ser acusado de blasfemar contra o profeta Maomé. O pastor alega inocência, mas os cristãos temem represálias

Em uma discussão com um muçulmano no dia 24 de agosto, o pastor Sattar Masih, 37, foi acusado de dizer que Maomé foi um assassino brutal. Sattar nega as acusações. Ele afirma não ter dito nada depreciativo sobre o islã nem seu profeta.

O pastor foi convidado a comparecer diante de clérigos islâmicos para julgarem seu caso. “Os clérigos vão decidir se ele blasfemou contra nosso profeta. Caso ele se recuse a comparecer, então iremos matá-lo”, disse seu delator, Ali Hassan, 18 anos.

Temendo não ter um julgamento justo, Sattar fugiu de Lahore com Wasim Raza (um cristão de 21 anos, que havia apresentado Ali Hassan ao pastor), depois que um grupo de muçulmanos foi de casa em casa à procura deles.

Sattar contou ao World Watch Monitor que um clérigo islâmico lhe perguntou se ele havia afirmado  que Maomé fora um homem cruel. “Eu neguei. Disse-lhe que, na ocasião, eu apenas tinha defendido que a Bíblia permanece em sua forma original”, ele conclui.

Medo generalizado
No dia 2 de setembro, mais de 250 muçulmanos concordaram em discutir o caso de Sattar. Sete parentes de Sattar e Wasim os defenderam, dizendo que não proferiram nenhuma palavra contra o islã ou seu profeta.

No dia seguinte, professores de uma escolar no vilarejo questionaram os alunos sobre que tipo de ensino religioso Sattar lhe dava. Mais de cem alunos foram mandados de volta para casa, o que deixou suas famílias alarmadas e levou muitas delas a fugir.

Um representante da polícia disse que os oficiais intervieram, e que não havia perigo de os cristãos sofrerem ataques. Contudo, os cristãos estão relutantes em retornar para a vila, particularmente Sattar e Wasim, que temem serem mortos.

O Paquistão sustém um histórico de violência contra pessoas acusadas de blasfemar. Em 2012, um jovem hindu foi brutalmente morto e queimado. No ano passado, um muçulmano foi levado para fora da delegacia onde foi interrogado e queimado vivo.

Em julho de 2010, dois irmãos cristãos, Sajid Emmanuel e Rashid Emmanuel, foram mortos a tiros no mesmo tribunal onde haviam sido declarados inocentes.

O Paquistão é o 14º país na Classificação de países por perseguição, uma lista dos 50 países nos quais os cristãos têm mais dificuldade para praticar sua fé. A lista é publicada pela Portas Abertas, um ministério que ajuda cristãos que vivem sob severa perseguição por causa de sua fé. 

De acordo com a lista, “os cristãos paquistaneses se veem presos no meio de organizações radicais islâmicas, uma cultura islamizante e um governo fraco, que coopera militarmente com grupos islâmicos”.


Fonte: Portas Abertas

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