02 outubro, 2013

Jurista que atua no Paquistão explica a situação dos cristãos no país

A perseguição religiosa é apoiada pelas leis locais que consideram os não muçulmanos como blasfemadores.
A ANAJURE (Associação de Juristas Evangélicos) conseguiu entrevistar o jurista e pastor Kamal Chughtal que há 25 anos atua no Paquistão tentando defender a minoria não-muçulmana que representa pouco mais de 5% da população do país.
Nessa entrevista ele fala sobre a situação difícil que os cristãos estão passando diante do massacre que tem acontecido no Quênia, Egito, Paquistão e outros países do Oriente Médio.
Só no sábado (21), 72 pessoas foram mortas em um ataque de um grupo islâmico extremista em um shopping center da capital do Quênia. Um dia depois uma igreja histórica em Peshawar, no Paquistão, foi atacada duas vezes o que deixou mais de 80 mortos.
“Estamos sendo vítimas da ação violenta do Talibã em nossa região. Mais uma vez afirmo, o que ocorreu não tem cunho político, mas apenas reflete uma acirrada perseguição religiosa”, garante Chughtal.
O jurista deixa claro que o Talibã não é formado apenas por muçulmanos, mas por pessoas que se identificam com o extremismo religioso e são contra o pluralismo e a liberdade religiosa plena.
“No mês de março eles queimaram mais de 100 casas de Cristãos em Lahore, e desde dezembro passado muitos incidentes têm sido provocados por eles [talibãs] no país. Geralmente, usam as leis para perseguir os Cristãos (a exemplo das seções 295-B e 295-C do Código Penal Paquistanês), acusando-os de blasfêmia, para legitimar os atos de violência e as restrições impostas.”
A vida dos cristãos, e de outras minorias religiosas, é cada vez mais difícil nesses países, pois, como o jurista explicou, há leis severas que legitima a perseguição religiosa. “Existem leis por meio das quais somos perseguidos, temos restrições para ingressar no sistema educacional e discriminação quando tentamos nos inserir no mercado de trabalho.”

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