16 dezembro, 2013

Papa Francisco nega ser marxista

Ele foi classificado como tal por condenar o capitalismo e a "economia da exclusão"
O Papa Francisco concedeu uma entrevista ao jornal italiano “La Stampa” negando que seja marxista, dizendo que esta ideologia “é errada”.
“A ideologia marxista é errada. Mas na minha vida eu conheci muitos marxistas que são boas pessoas, e por isso não me sinto ofendido”, disse o líder católico.
As acusações começaram por conta de uma exortação apostólica assinada por ele onde se lê: “Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Por isso, negam o direito de controle dos Estados, encarregados de velar pela tutela do bem comum”.
Ao esclarecer seu ponto de vista, o Papa disse que defendeu o ponto social da Igreja e “isso não significa ser marxista”. “Eu tentei apresentar uma fotografia do que está acontecendo”, se defendeu.
Na semana passada Francisco divulgou outro documento criticando os salários exorbitantes e bônus, voltando a falar da economia gananciosa que tem dominado boa parte dos países do mundo.
O documento em questão foi escrito especialmente para o Dia Mundial da Paz (comemorado no dia 1º de janeiro) e foi publicado na mesma semana em que Jorge Mario Bergoglio foi eleito como a “personalidade do ano” pela revista Time.
“As graves crises financeiras e econômicas da atualidade (…) levaram o homem a buscar a satisfação, felicidade e segurança no consumo e nos ganhos fora de qualquer proporção com os princípios de uma economia sólida”, disse o papa na carta.
Francisco também propôs uma saída: “A sucessão de crises econômicas deve levar também a repensarmos os nossos modelos de desenvolvimento econômico e a uma mudança no estilo de vida.”a

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