12 setembro, 2014

“Igreja católica não tem curral eleitoral”, diz CNBB

A instituição irá promover um debate entre os candidatos à Presidência na próxima semana
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai organizar no próximo dia 16 de setembro um debate entre os candidatos à Presidência da República. Mas apesar do evento, a Igreja Católica nega que irá orientar o voto dos seus eleitores como fazem alguns líderes evangélicos.
“Não tem curral eleitoral”, disse o secretário-geral da CNBB Dom Leonardo Steiner. “Toda orientação é dada para que os padres não falem dentro das igrejas sobre candidatos.”
D. Steiner disse em entrevista ao jornal Estado de Minas que é contra os políticos que se aproximam dos templos apenas durante as eleições e manda um recado: “Igreja não é palanque”.
Apesar dessa opinião, o secretário-geral da CNBB entende que o cristão é cidadão e deve ser ativo na sociedade. “Não existe Estado sem cidadão, porque as instituições só existem enquanto existem pessoas. A grande maioria dos brasileiros são pessoas de fé. A religião tem função muito importante, na questão dos critérios, dos valores essenciais, das relações mútuas. A religião tem elementos que podem ajudar a construir a sociedade e por isso também a política.”
A favor do Estado laico, D. Steiner tem a posição de que a fé interfere na forma como as pessoas fazem política e na sua opinião se os políticos tivessem mais fé, teríamos menos corrupção no país. “A pessoa que não tem fé expressa de maneira diferente a sua política.”
Durante esta campanha eleitoral a CNBB está dialogando com os três principais candidatos, um contato importante pois a Conferência dos Bispos representa instituições que ajudam a construir a sociedade.
Questionado sobre os temas como legalização de drogas, aborto e casamento civil gay, que têm sido abordados nos debates, o representante de Igreja Católica afirmou que tais temas são importantes para que o cidadão entenda como pensa os candidatos, mas faz uma observação: “nós não podemos avaliá-lo por uma proposta só, temos de avaliar pelas diversas propostas”.

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