Rede social restrita para moradores de países islâmicos quer "preservar os jovens da influência maligna do Ocidente"
Investidores turcos e russos estão prestes a lançar uma rede social
que será como um “Facebook para muçulmanos”. O conceito foi apresentado
este mês, no Fórum de mídia árabe em Istambul, Turquia.
O Salam World [Paz Mundial] entrará em operação no início de 2012.
Foram investidos US$ 15 milhões para abrir filiais em 16 países com
grandes populações muçulmanas, no Oriente Médio, Norte da África e na
Indonésia. A previsão é que, em dois anos, a Salam World invista mais
US$ 40 milhões em infraestrutura e expansão.
Os seus idealizadores acreditam que dos dois bilhões de usuários de
internet no mundo, cerca de 300 milhões sejam muçulmanos. Uma das
novidades da rede é o conceito de pagamento na internet usando um tipo
de “ouro eletrônico”.
Akhmed Azimov, vice-presidente da Salam, explica que ficou muito
evidente a importância das redes sociais para os jovens muçulmanos
durante a chamada “primavera árabe”. Sites como Facebook e Twitter foram
fundamentais para convocar e monitorar as manifestações que culminaram
na saída de vários governantes antigos no mundo árabe. Azimov acredita
ainda que o potencial das redes sociais “não foi completamente explorado
pelos islâmicos”.
Mas nem todos acreditam que é de fato necessário haver uma rede
social que faça distinção religiosa das pessoas. Roula Abuker,
jornalista líbia presente no lançamento, lembrou que já existe uma
comunidade muçulmana ativa no Facebook, que administram milhares de
páginas com foco no Islamismo. Ela disse ainda que o mundo não precisa
que “as diferenças religiosas influenciem as relações sociais”.
Em países como Irã e a China, as redes sociais são monitoradas e
censuradas. Um dos assuntos considerados mais “perigosos” é justamente a
religião. As justificativas desses governos é seu desejo de “preservar
os jovens da influência maligna do Ocidente”. Há dezenas de ministérios
cristãos que tem recorrido à internet como um modo de falar do evangelho
para pessoas que moram em países fechados.
05 dezembro, 2011
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