15 outubro, 2012

Haddad e Chalita rebatem Malafaia por causa de vídeo


Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, continua seu embate público com o pastor Silas Malafaia. Ontem pela manhã, participou de uma missa na Paróquia Nossa Senhora de Aparecida, na Zona Leste para celebrar o feriado religioso. Na saída, respondeu aos jornalistas sobre as acusações feitas contra ele pelo líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo na internet.
Em um vídeo postado no Youtube, Malafaia fez acusações ao petista, lembrando do mensalão, de sua gestão à frente do Ministério da Educação e da controvérsia do “kit gay”. “O senhor, como ministro da Educação, foi um dos piores do país. O senhor não teve nem competência para coordenar o Enem… Quem tentou instrumentalizar políticos é gente que você [Haddad] anda de braço dado, e que foram agora condenados no Supremo Tribunal Federal”, disse Malafaia no vídeo. Recentemente, o pastor disse que iria “arrebentar” a candidatura de Haddad.
Haddad rebateu, atrelando os ataques de Malafaia a José Serra (PSDB): “Quem está por trás disso é o Serra, posso te assegurar. Ele fez isso com a Dilma e vai fazer isso comigo. Ele promove esse tipo de coisa, sobretudo nas redes sociais. Ele tem um exército na rede social que promove o ódio. Ele fez isso, está comprovado por todos os meios de comunicação que noticiaram isso. Será que nós vamos esquecer dois anos depois o que ele fez em 2010? Ele está por trás disso, posso te assegurar que o que ele está fazendo é a mesma estratégia de 2010, só que deu errado. O que ele tinha que entender é que esse tipo de prática vai dar errado”.
Acompanhado de Gabriel Chalita, ex-candidato do PMDB, Haddad, que tem criticado o atrelamento de religião à política, afirmou que não tem preconceitos. “Eu tenho estado presente em algumas solenidades importantes. No fim do Ramadan eu fui a uma mesquita, no Ano Novo judaico eu fui numa sinagoga. Penso que São Paulo tem essa característica de congregar muitas crenças, num espírito de muita paz. Acho importante para a cidade a sinalização de que o poder público vai respeitar a fé do povo, qualquer que seja ela, sem privilegiados”, disse.
Gabriel Chalita também se manifestou sobre o assunto: “A gente não pode empobrecer o debate na maior cidade da América Latina. As pessoas podem discutir o que acham importante, mas meu receio é que seja semelhante ao segundo turno da eleição presidencial e vire disputa religiosa. As pessoas podem ter sua fé, tenho a minha. Quando a gente usa os templos religiosos para fazer campanha, a gente empobrece as duas coisas… (Empobrece) A religião porque é um desrespeito às pessoas que vão aos centros religiosos, e à política, porque você tira a discussão mais importante para uma coisa de desconstrução. O que São Paulo tem que discutir é como a cidade mais rica da América Latina tem a miséria que tem”.
Segundo o site Terra apurou, Serra não quer ligar sua imagem a Malafaia, de quem recebeu  apoio em 2010 e nessa eleição também. Ainda segundo o site, a equipe do tucano compartilhou a seguinte mensagem: “ele (Malafaia) pediu para avisar que não vê problema em você se desvincular dele nas entrevistas”.

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