18 janeiro, 2013

“BBB é a prova da decadência de nossa civilização”, diz Walter McAlister

Pastor da igreja Cristã Vida Nova faz críticas ferozes ao reality show da Globo

A 13ª edição do reality show Big Brother Brasil iniciou-se com o costumeiro desfile de beldades e corpos malhados na “casa mais vigiada do Brasil”, segundo o slogan da própria TV Globo.
As cenas do programa mostram, mais uma vez, os conchavos e estratégias dos brothers, dispostos a tudo para ganhar o prêmio de R$ 1,5 milhão, passando pelas costumeiras discussões e brigas e chegando até a mostrar os hábitos de (ou falta) higiene dos confinados no espaço cenográfico.
O programa, intensamente criticado pela grande maioria dos evangélicos, encontra apoio de alguns que se valem da passagem bíblica de I Tessalonicenses 5:21, de “examinar tudo e reter o bem”. Mas, para o pastor Walter McAlister, bispo primaz da igreja Cristã Vida Nova, isso não passa de “um pretexto esfarrapado para quem não tem o que fazer e se entretém com algo absurdamente estúpido”.
Para o líder religioso, os que assistem ao reality cometem “um pecado inenarrável contra seu cérebro e sua alma”.  Ele diz que “examinar tudo e reter o que é bom” é diferente de procurar no lixo algo que se possa reutilizar.
Ele explica que a passagem paulina é um mandato cristão, o que é diferente de se viver na miséria cultural. “Culturalmente a grande maioria vive na miséria absoluta. Não leem, não pensam, e vivem a piolhos da cabeça uns dos outros – algo bem próprio de primatas menos desenvolvidos”, diz, contundente.
McAlister diz que não acompanha programas de televisão há anos, mas conhecendo o teor do reality, acredita que ele seja uma prova da decadência de nossa civilização. Em sua ácida critica, ele o qualifica de “absurdamente estúpido”.
“É uma prova clara e evidente da decadência desta nossa civilização. Assistir pessoas não fazerem nada de útil, até que cada um seja eliminado ao bel-prazer do público é o cúmulo da imbecilidade. Quem assiste algo assim está sendo feito de palhaço. É a barbarização de uma cultura que consegue se entreter contemplando o próprio umbigo.”
Ele continua sua análise mordaz dizendo que assistir algo como o BBB é “simplesmente a morte do raciocínio. Este só é cultivado pela leitura e pela interação racional entre pessoas que pensam. Estamos ficando com o QI de um quiabo”, diz.
Concluindo, Mc Alister traça um cenário sombrio do atual momento da sociedade e suas formas de entretenimento.
“As colunas desta civilização estão caindo. Este programa não é a razão, é a prova de que estamos vivendo o fim de uma era”.