11 julho, 2013

Prefeitos consagram suas cidades a Jesus para combater violência

O que chama atenção é que 82% da população do México é católica e apenas 6% declara-se evangélica.
Monterrey é a terceira maior cidade do México e uma das mais ricas do país, enfrenta como toda grande cidade, problemas de violência urbana. Recentemente, Alicia Margarita Arellanes Cervantes, sua prefeita, decidiu simplesmente consagrar o município a Jesus na tentativa de reverter essa situação.
Em uma cerimônia pública, realizada a poucos metros da Câmara Municipal, a prefeita fez um longo discurso onde afirmou que só a participação humana “não tem a capacidade de reverter a escuridão” e que somente a luz da fé em Deus pode mudar a situação da cidade. Ela iniciou dizendo que “Estamos reunidos aqui hoje, para entregar Monterrey, Nuevo León, ao nosso Senhor Jesus Cristo, para que o seu reino de paz e suas bênçãos possam ser estabelecidas aqui.”
“Eu abri as portas deste município para Deus como a autoridade final”, acrescentou. ”Senhor Jesus Cristo, Monterrey é a sua casa Senhor Jesus,  Seja Senhor do Monterrey”. Uma multidão de cerca de 10.000 pessoas reunida na praça gritava amém, aplaudia e orava.
Aparentemente esse movimento pedindo ajuda divina se tornou comum no México. Os prefeitos de Guadalupe, e de Juárez , duas cidades perto de Monterrey, além do de Ensenada fizeram o mesmo este ano.
As cerimonias de consagração foram preparadas e difundidas pela Assembleia de Pastores, organização evangélica com forte representação em várias cidades no norte do México. Algo surpreendente, pois 82% da população do país são católicos e apenas 6% declaram-se evangélicos.
Segundo o jornal The New York Times, os líderes evangélicos por trás do movimento afirmaram que iriam continuar a parceria com os políticos, independentemente das criticas que estavam recebendo. E há motivos de sobra para comemorarem.
O México é um dos países latinos onde o movimento evangélico menos cresceu nos últimos 50 anos. Em parte por causa da “Guerra de Cristero”, um sangrento conflito entre o governo e as milícias católicas no final de 1920, que teve como resultado a aprovação de leis que proíbem demonstrações públicas de qualquer fé religiosa. A Constituição mexicana é uma das mais restritivas do Ocidente no tocante a limitar o papel da religião na esfera pública.
Igrejas e seus representantes estão proibidos de exercer qualquer atividade política. Por exemplo, os padres só foram autorizados a votar em 1994. A lei também proíbe que as autoridades municipais e federais participem de ”qualquer ato religioso oficial de culto público”. As celebrações religiosas públicas necessitam de autorizações especiais, sujeitos à aprovação por um sub-secretário para assuntos religiosos.
Obviamente, a imprensa e representantes das igrejas católicas não estão satisfeitos em ver esse “modismo evangélico”. Na entrevista concedida após seu discurso em Monterrey, Arellanes tentou desviar as críticas dizendo que, quando entregou a cidade para Jesus, ela agiu “como uma cidadã e não como a prefeita” e ressaltou que é católica e pediu tolerância para “suas próprias crenças.” Com informações de NY Times.
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