Em um artigo escrito para a Folha de São Paulo o filósofo Luiz Felipe Pondé comentou sobre as esquetes de humor que falam sobre o cristianismo, ou da própria imagem de Jesus.
O texto com o nome de “Dois pesos e duas medidas” discursa sobre a liberdade que o humor deve ter e do discurso das pessoas que ele chama de “bonzinhos” que reclamam quando leem algo que não concordam.
“Acho que o humor deve ser livre porque ele é uma das dimensões por meio das quais o espírito humano sobrevive”, escreveu Pondé. “Por isso, discordo da tentativa de qualquer grupo, religioso ou não, de querer barrar ou processar quem quer que seja por ter feito piada do que for”, completa.
O filósofo se refere aos processos movidos contra o canal “Porta dos Fundos” que divulgou um vídeo como especial de Natal fazendo chacota com a Sagrada Família.
Por conta deste vídeo a Associação Pró-Vida, Pró-Família, ligada à Igreja Católica, e o deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP), entraram com representações criminais contra os humoristas no Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Apesar de ser contra esses processos, o filósofo questiona: “por que alguns acham politicamente incorreto fazer piadas com negros, índios, gays e nordestinos (e julgam justificados processos legais contra quem faz tal tipo de piada), mas julgam correto fazer piada com os ícones do cristianismo?”
Para ele a resposta é simples, é fácil tirar sarro de cristão, o que ele compara com “bater em bêbado na ladeira”. No final ele ainda questiona porque os bonzinhos que defendem o humor para tirar sarro com cristãos não defendem o humor para falar contra ateus militantes, feministas e outros temas. Leia na íntegraaqui.
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