16 outubro, 2012

Kit evangélico: Editorial da Folha critica relação entre Serra e evangélicos

O jornal afirma que as igrejas estariam interessadas em ganhar vantagens como o direito de abrir templos em qualquer lugar e não ser processada pelo excesso de barulho.

O editorial do jornal Folha de São Paulo do último sábado, 13 de outubro, criticou a ligação entre igrejas evangélicas da capital paulista e o candidato à prefeitura José Serra (PSDB), questionando essa ligação que por muito tempo foi criticada pelo partido.
O jornal cita que em outros tempos as preferências sexuais e religiosas não eram assuntos discutidos abertamente, por serem considerados assuntos privados. Mas que hoje alguns grupos usam esses temas para defender seus pontos de vistas pessoais, tornando essas discussões públicas.
Essa mudança de comportamento começou em 2010 quando a liberação do aborto passou a interferir nas eleições presidenciais, na época o candidato tucano já mantinha contato com importantes líderes evangélicos no país, uma parceria que lhe rendeu muitos votos, mas não o suficiente para elegê-lo como presidente.
“Sua atual peregrinação por templos e a aceitação graciosa de apoiadores que flertam com a intolerância indicam um caminho sem volta”, diz trecho do editorial criticando a ligação do candidato com figuras polêmicas como o pastor Silas Malafaia que se posicionou a favor do candidato Serra para se opor ao candidato do PT, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação.
Ao colocar o “kit gay” em discussão durante uma campanha municipal, os interesses e necessidades reais da cidade acabam perdendo a devida importância como diz o texto da Folha. “O ‘kit gay’, por qualquer ângulo que se olhe, é assunto de somenos na política pública federal. Que dirá na municipal, em que os destinos da ocupação do solo, do transporte, da assistência à saúde e do ensino assumem peso avassalador na lista de prioridades.”
Por desviar tanto a atenção das necessidades da população da capital, o texto da Folha chega a chamar essa relação religião-política de “kit evangélico”, onde em troca dos votos os pastores pedem um tratamento diferenciado, ou seja, que além das isenções fiscais os templos estariam protegidos de leis como a Lei do Silêncio, podendo emitir o barulho que quiser.
Outro assunto que seria de interesse das igrejas é o direito de abrir templos em qualquer parte da cidade sem antes passar pelas averiguações como o impacto no trânsito local e etc.
Leia o texto aqui.

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